10 de julho de 2008

Portugal vai assim: corre o Bloco para o «Centro-Esquerdão», logo, cai outro Bloco…ò «Bloco Central».

O déspota, opressor e prepotente António Oliveira. Américo o complacente e benévolo. A política é a arte de harmonizar contrários e tão bem conviveram eles. Enquanto o país esmorece, o silêncio, à direita, vai marcando passo. Tem sido a marca clássica do cavaquismo responsável.
O regresso ao «centrão» seria uma possibilidade que a pesada herança cavaquista dissipara. O Partido Social-democrata está condenado à oposição comodista assente na teoria: estando o PSD na linha de Belém, dificilmente, o governo vê promulgados devaneios eleitoralistas.
Platão disse outrora: «o excesso costuma ser correspondido por uma mudança radical, no sentido oposto, quer nas plantas, quer nos corpos, e não menos nas cidades». O cavaquismo fomenta, estimula e excita o populismo. O anti-excesso é a principal arma política que Rui Rio têm, de futuro, a apresentar ao PSD.
Não menos relevante a facção liberal do PSD que não deixa de ser social garantista. Percebo a ideia: tendo o PSD imoderadas clientelas não vá, uma candidatura de facção, ser mais facção ainda.
À margem das guerrilhas internas do PSD está o Bloco de Esquerda. A ideia da chamada «Nova Esquerda» onde, em hipótese, coabitam, no mesmo espaço político, socialistas, bloquistas e comunistas renovadores assume contornos de embuste que só as teses da neoanexação estratégica explicitam. Corre, portanto, a Bloco para PS e este, conivente, deixa-se apanhar arquitectando, assim, o «Esquerdão».
O «bloco central» perfilha a intenção da «velha fidalguia intelectual» rumar ao poder. Privados – só há dialogo na existência de lugares comuns – andam por ai, adulando uns, enganando outros, na fugaz tentativa da hegemonia, a reboque, típica do melhor partidarismo.
A fantasia: diria Oliveira ao benévolo Américo: «a política é a arte de possível e nunca do óptimo».

André Manuel Vaz

4 de julho de 2008

A grande ilação: “Uma mentira repetida, várias vezes, torna-se verdade”, Joseph Goebbels.

A Universidade de Harvard propõe o estudo da Psicologia Positiva. Elucido: “Estudo científico do funcionamento humano óptimo”. A Psicologia Positiva instrui, entre outras coisas, a tornar-se feliz. O fim último da civilização: a fórmula da felicidade. Arroga que atendamos com optimismo “ o mundo que nos rodeia”. Explicita que “a forma como vemos o mundo” traduz o modo como “o mundo olha para nós”.
A psicologia positiva traduz o optimismo oco, emotivo e popular pouco, ou nada, razoável. Tenho como verdade o seguinte: as massas mergulham no optimismo com medo de respirar verdade.
O pessimismo é racional, é duro, é obsceno, é perverso. Sou um forçado pessimista, prisioneiro da racionalidade, da analisa, da crítica arrogante e mordaz. O pessimismo é viciado, é pervertido e olham o fim com propósito.
A ideia de sociedade feliz é repisada na substância: também somos o que dizem que somos. Se dizem que somos felizes, logo, somos felizes. Fica a razão deixada ao abandono. Só é opinião o pensamento pessimista, todo o resto é contemplação.
Substancio o meu derrotismo no seguinte: ou percebo, continuamente, que tenho razão ou sou agradavelmente surpreendido.

André Manuel Vaz