21 de junho de 2008

PSD: entre o messianismo desesperado e o populismo sedutor

Do triunfo de Manuela Ferreira leite nas internas do Partido Social-Democrata há ilações claras a reter. O PPD-PSD é um partido fraccionado e de sentimentos contraditórios. O populismo emergente, cativante e entusiástico está agora na sombra do cavaquismo sólido e maciço pronto a manifestar-se aquando oportuno momento. Com Ferreira Leite “a bordo” do PSD o regresso ao passado está ai tanto na forma como no conteúdo. Reina de novo, agora como dantes, a aristocracia intelectual deixada ao abandono pela hegemonia dos movimentos liberais e reformadores.
O PPD-PSD é um partido profundamente messiânico. O único antídoto que conhece ao populismo é o cavaquismo ou as suas formas sucedâneas. Quando se esvaziaram os devaneios santanistas lá veio o firme cavaquismo através de Marques Mendes. Enquanto o partido se iludia em fantasias Menezistas ai está o pragmatismo cavaquista com Manuela Ferreira Leite.
Este dilema traduz a disparidade entre o Novo PSD, da escola neoliberal e reformadora, e o Velho PSD do culto do Estado como supremo regulador.
O PPD-PSD é, hoje, um misto de cavaquismo, de nostalgia, de saudade do passado, de populismo oportunista, de movimentos de ascensão, de pensadores fantasistas, de oportunistas costumeiros e de movimentos contra-hegemónicos.
Conseguirá a “Velha Guarda Social-democrata” silenciar tudo isto?

André Manuel Vaz