28 de junho de 2008

A teoria da conspiração

O comício do Teatro da Trindade anexou bloquistas, socialistas e comunistas renovadores foi jogada de bastidores do Partido-Socialista. A «máquina socialista» convive, relativamente bem, ao contrário do que ostenta parecer, com os devaneios alegristas. A joga é evidente: se, em 2009, o Partido-Socialista obtiver nova maioria absoluta, ideia que se vai esvaziando, Manuel Alegre constitui-se como aposição interna do partido, esquerdista da ilusão, poeta idealista e o Bloco antro dos lobbys homossexuais. Caso contrário o PS, com maioria relativa, coligar-se-á ao Bloco. Ai Manuel alegre foi o socialista consciente, o poeta absorvido pela justiça social e o elo de ligação ao Bloco que o partido reclama. Ò Bloco da justiça, ò Bloco da moral, ò Bloco da ética, ò Bloco, ò Bloco, ò Bloco…
Outrora o cavaquismo fora a alternativa. Hoje, com Ferreira Leite, é a transição para o populismo disfarçado, fingido e responsável de Rui Rio. Telho-o dito: o PSD nunca conheceu, senão o populismo, outro antídoto ao cavaquismo. Aquando das legislativas, em 2009, o PS preparou o regresso triunfante, à esquerda, com o Bloco. O Partido Social-Democrata sai, mais uma vez, derroto às costas do cavaquismo. Ò nostalgia, ò tristeza, ò saudade, ò cavaquismo vácuo, ò impossibilidade do retorno ao «centrão», ò PSD, ò PSD, ò PSD...

André Manuel Vaz