20 de junho de 2008

A Questão Cubana

“O povo cubano e a revolução socialista devem muito a Fidel Castro. Teve um gigantesco papel na liberdade, na soberania de estado e no prestígio de cuba”, Albano Nunes, comissão política do PCP.
São estes os argumentos da “velha esquerda”, portuguesa, em relação à forma como cuba foi dirigida durante meio século. Esta “velha esquerda”, conservadora e de boa ética, entende que meio século de dirigismo político de um país, centrado na figura de Castro, constitui um bom presságios de um regime saudável, renovador e representativo. Considera que um ditador, como foi Fidel, teve “um gigantesco papel na liberdade”. É a teoria de que é possível coexistir liberdade com prisões políticas, com autoritarismo de estado, com vacuidade de liberdade de imprensa, com perseguição à oposição política, com inexistência de pluralismo e com um regime fechado em si e para si. Vê na soberania de estado a guerra com os E.U.A. e não o entendimento dos fins últimos do Estado: paz social, justiça e a ordem pública.
Agora a questão central é perceber o futuro próximo de cuba. Há, loucamente, quem acredite que o sucedâneo Raul Castro conduzirá cuba à liberdade. Não tenhamos ilusões. Raul Castro representa a “evolução na continuidade” marcada pelo hipotético progressismo do regime.
Cuba, sobe alçada de Raul Castro, será a fantasia Marcelista que esvoaçou no “céu português” por altura da Primavera.

André Manuel Vaz